Filósofo membro da Mensa aponta características de pessoas com alto QI

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A Mensa Internacional é um clube de gênios com os maiores QI do mundo. O filósofo luso-brasileiro Fabiano de Abreu faz parte da associação e aponta quais são características comuns a pessoas de alto QI

Você se sente desajustado? Dorme muito tarde? Tem problemas relacionais e dificuldade de se encaixar em certos protocolos sociais? Esse aparente desajuste pode significar uma inteligência acima da média. 

Na tentativa de ajudar no desenvolvimento dessas pessoas e integrá-las a um clube de outros gênios, existem associações direcionadas a pessoas de alto QI. Fundada no Reino Unido em 1946, a Mensa tem apenas 134 mil membros espalhados por 100 países. Isto porque os seus membros correspondem apenas aos chamados 2% da população mundial, com QI acima de percentil 98. Dentre os membros desse clube exclusivo, o grau de instrução não é o que determina a inteligência.

Existem características que são comuns e observáveis em pessoas com QI acima da média. O filósofo e escritor Fabiano de Abreu é membro da Mensa Internacional e possui QI de percentil 99 e faz parte do chamado 1% da população mundial, e nos conta que ter divulgado publicamente essa informação, com o objetivo de divulgar a Mensa no Brasil, lhe renderam inúmeros comentários ofensivos dos chamados haters na internet, e que isto o fez perceber que, no caso os chamados “superdotados”, é como se estes não se encaixassem na sociedade, soassem sempre pedantes, e estivessem deslocados. A sensação é que ter QI alto fosse um tipo de “pecado”, e soasse como uma afronta às pessoas comuns.

Pensando nesse desajuste apresentado por esses indivíduos, países como os Estados Unidos, Reino Unido e Japão criam programas educacionais direcionados, e sociedades como a Mensa tem maior popularidade. No Brasil, a situação é diferente: “o governo poderia investir em políticas públicas para incentivar e acolher pessoas com alto QI para que se desenvolvam, em vez de se esconderem em atividades em que elas subaproveitam todo o seu potencial, que pode ser usado no desenvolvimento da ciência, artes, literatura e tantos outros campos de conhecimento em benefício do país”, comenta Fabiano de Abreu

Fabiano afirma que o brasileiro sofre do que é chamado no meio acadêmico de “síndrome do vira lata”, e que tem a tendência de achar que somente fora do Brasil existem pessoas evoluídas e mais capacitadas intelectualmente: “decidi tornar público minha aprovação e os resultados do meu teste para divulgar a Mensa, pois divulgando a associação potencialmente atraímos mais pessoas de alto QI para agregar na associação, e assim o Brasil ser reconhecido lá fora também como um celeiro de pensadores e gênios. Hoje, a maioria dos membros da Mensa estão na Europa, Estados Unidos e Austrália”.

 Sobre os ataques que sofreu na rede social, Fabiano pondera que isso tem a ver mais com questões culturais do que realmente um discurso de ódio: "fui atacado na rede social, e chega a ser engraçado. Tiveram         pessoas dizendo: E daí que tem um QI alto, o que fez de bom para mudar o mundo? Iguais a esse comentário tiveram vários parecidos. Foi então que pensei: uso minha criatividade e inteligência para mudar a vida   de  pessoas através de filosofia, e assessorando centenas de pessoas, criando personagens para a imprensa brasileira e internacional, e tudo isso é importante, mas de fato poderia fazer mais. A questão é a ocasião   e a oportunidade. Nos Estados Unidos pessoas de alto QI tem suas habilidades cognitivas aproveitadas em função da sociedade em diversas áreas, lhes são apresentadas oportunidades de fazer a diferença, tanto   em órgãos governamentais como ONGs e empresas do terceiro setor. Já no Brasil isso praticamente inexiste. Isso tem que ser revisto e discutido pelo governo e na sociedade”. 

 Separamos uma lista de comportamentos observáveis na maioria das pessoas com alto QI, com base na opinião dos especialistas, e correlacionamos para que Fabiano explicasse com base em seu próprio   sentimento. Se você tem pelo menos 3 destas características, pode ser que também seja um superdotado:

 Tristeza

 "Eu acredito ter percepção uma percepção mais ampla do mundo, da sociedade. A observação em diversas dimensões sobre a vida e determinados acontecimentos faz com que a tristeza seja uma constante. Saber   a realidade das coisas é triste, melhor seria viver em um mundo cor de rosa.

 Mas o auto-controle é ter conhecimento do que é necessário para que a felicidade possa abater a tristeza, ter controle mental para isso, ter conhecimento e entendimento do que é necessário para tentar ser feliz   ameniza de certa forma a tristeza fazendo com que seja apenas flashes que ao chegar, seja repentino e destruído pelo esquecimento induzido, substituindo por pensamentos bons."

 Saber o resultado do exame

"Ter a certeza de que não estou doente, de que não sou louco, relembrar as frases de amigos que me chamaram de estranho, ter a certeza que as atitudes tomadas não são resultados de um problema e sim de uma condição. Encontrar explicação e respostas é a maior satisfação na minha vida, em tudo."

Preocupação

"O excesso de preocupação me afeta muito, tenho que meditar e pensar que não tenho com o que me preocupar antes de acontecer, pois pode ser que nem aconteça então por que preocupar-me."

Criatividade

"Isso, a meu ver, é um lado bom, pois na minha profissão foi o que garantiu me manter em plena crise e até mesmo conseguir fazer o nome da empresa. Profissionalmente foi o quesito mais importante ou estaria fazendo outra coisa."

Solidão

"Não tenho problemas em estar sozinho ou viver em um lugar com poucas pessoas. Tem horas que até gosto de ficar sozinho. Mas isso não quer dizer que eu não interaja bem com as pessoas. No momento social, gosto sim de expressar minhas idéias, gosto muito de ouvir e aprender o que as pessoas tem a ensinar. Todos tem uma história e algo a ensinar. Sinto uma sede enorme de roubar pensamentos(risos)."

Confiança

"Nunca tive problemas em confiar nas pessoas, percebo em poucas palavras quando a pessoa é má intencionada ou quando quer algo de mim que não seja leal ou justo. Eu sempre chamei isso de energia, como se a pessoa não tivesse uma boa energia e eu sentisse isso. Vai lá saber o que é, mas não tenho problemas com humanos."

Dormir tarde

"Isso é péssimo, parece que a noite eu desperto e a cabeça não para de funcionar. Às vezes parece um transtorno ter que mapear meu dia seguinte. Mas eu tenho problema de ansiedade e sei que isso desperta-me como um ataque que tenho que controlar. 

Preguiça

"Isso é algo comum, quem não é preguiçoso? Mas tudo vai da doutrina que criamos em nós mesmos, em nossa mente. Controle mental é tudo, podemos controlar nossa mente de uma forma inimaginável. Uma vez eu senti uma fisgada no peito e pensei: Estou infartando. Essa fisgada piorou e veio a falta de ar. Aí eu pensei: Não é possível sentir os sintomas depois de pensar que poderia estar infartando. Pois eu não tenho nada... Foi aí que diminuíram os sintomas(risos). É incrível como nossa mente é tão controlada e de forma fácil. Na preguiça faço o mesmo, não a deixo que vença. Logo faço o que tenho que fazer e assim por diante. 

Conhecer as limitações

"Sim, sei de minhas limitações se não abuso passando por cima delas. Se for necessário fazer um caminho mais longo para chegar naquele mesmo ponto o faço. A neuropsicóloga me disse que eu posso não saber a equação do problema, mas vou arrumar uma forma de encontrar a resposta correta por outros meios."

Ser adaptável

"Eu me adapto a tudo, a todos e a qualquer ambiente de forma natural. Eu acredito que o ser humano é totalmente adaptável. Mas temos que nos adaptar e não querer que se adaptem a nós. É uma forma de aceitação, de ser aceito."
 

Fabiano de Abreu hoje é conhecido internacionalmente não apenas como empresário ou um assessor de imprensa que projecta pessoas à fama, mas também como escritor e filósofo. Seu livro, “Viver Pode Não Ser Tão Ruim”, está disponível nas bibliotecas da prestigiosa Universidade de Coimbra, da Universidade Gregório Semedo em Angola, na Biblioteca Nacional no Rio de Janeiro e tem sido usado como referencia por alunos da rede pública de ensino em Minas Gerais no Brasil.

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