A face do autismo

O autismo é uma condição tão complexa e variável que é necessário englobá-la em todo um espectro de condições para tentar entendê-la. Mas apesar disso, cada vez mais a
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02/02/2024

O autismo é uma condição tão complexa e variável que é necessário englobá-la em todo um espectro de condições para tentar entendê-la. Mas apesar disso, cada vez mais a ciência tem compreendido melhor como ele ocorre e afeta os indivíduos, por isso, os métodos de diagnóstico e sinais de alerta puderam ser melhor delimitados.

 

Dentre as diversas características que podem ajudar na identificação de um indivíduo com autismo, estão as mais tradicionais como hipersensibilidade a ruídos, dificuldade de comunicação, repetição de palavras, entre outras. Mas para um diagnóstico mais preciso e confiável, também existem outros parâmetros, ainda pouco conhecidos do público geral, que também podem alertar para a condição: Os traços faciais.

 

Os traços faciais podem variar bastante de pessoa para pessoa, mas, em geral, podemos ter um certo padrão, algo que pode apresentar algumas diferenças em pessoas com autismo.

 

Determinados recursos faciais permitem ter um direcionamento para o autismo, como um filtro mais curto que a média de pessoas neurotípicas - região localizada entre o nariz e lábio superior, face superior, olhos e boca mais largos. Apesar de oferecerem um parâmetro a mais para o diagnóstico de autismo, esses traços não podem ser usados como única fonte de análise.

 

Mas afinal, por que pessoas com autismo têm diferenças estruturais na face? Qual a relação dessas características, como os seus comportamentos? Uma das teorias mais fortes para responder a essas perguntas baseia-se no desenvolvimento do feto durante a gestação. 

 

Durante a gestação, o desenvolvimento do cérebro e da face ocorre ao mesmo tempo, em um processo com fortes interações, o que pode fazer com que alterações no cérebro também influenciem a face. No entanto, a genética também pode ter um importante papel nesse processo, pois estudos já identificaram genes relacionados ao autismo que também impactam o desenvolvimento craniofacial, gerando mais uma conexão entre o desenvolvimento dos dois.

 

Com isso, já se pode ter uma boa noção das razões e das consequências desse tipo de alteração na estrutura facial de pessoas com autismo, mas ainda são necessárias mais informações sobre como esse processo ocorre e a relação entre o autismo e características faciais, ajudando a compreender cada vez mais o transtorno.