A ilha de Jeffrey Epstein: O que a ciência diz sobre a pedofilia?
Com a recente divulgação pública de documentos judiciais relacionados ao bilionário americano Jeffrey Epstein (1953 - 2019) e sua misteriosa ilha privada de 283 mil metros quadrados, a Little St. James, onde havia acusações de tráfico sexual de menores envolvendo grandes nomes mundiais.
Conforme alegações contra Epstein, a propriedade do bilionário era supostamente o epicentro de uma rede global de tráfico sexual. Os residentes, de fato, referiam-se ao local como a "ilha do pedófilo".
Jeffrey Epstein foi preso em julho de 2019 sob as acusações de tráfico sexual, tendo falecido em 10 de agosto do mesmo ano.
O cérebro de um pedófilo
De acordo com o Pós PhD em neurociências e especialista em genômica, Dr. Fabiano de Abreu Agrela, autor do modelo científico “Prevendo um pedófilo - É possível determinar biomarcadores do transtorno?”, publicado no CPAH - Centro de Pesquisa e Análises Heráclito - o cérebro de uma pessoa pedófila possui algumas alterações que influenciam na disfunção.
“O cérebro tem um papel central na formação dos desejos sexuais humanos, afetando as nuances desse processo, mas existem algumas regiões e disfunções relacionadas à disfunção da pedofilia, por exemplo, existe um sistema de nutrição hiperativo cerebral que pode inflluenciar a atração sexual por menores ao estimular regiões do cérebro como a ínsula anterior, áreas pré-frontais dorsolaterais e o córtex motor suplementar”.
“Aspectos psicológicos, transtornos psiquiátricos comórbidos e até mesmo lesões cerebrais podem desencadear comportamentos de hipersexualidade, alterações nas preferências sexuais e/ou pedofilia, tendo também fatores genéticos como possíveis biomarcadores do transtorno”, ressalta Dr. Fabiano.
É possível “prever um pedófilo”?
A falta de biomarcadores da pedofilia dificulta identificar precocemente pessoas com propensão a esse comportamento, destaca Dr. Fabiano de Abreu.
“Atualmente já se conhecem diversos aspectos dos transtornos que formam a pedofilia e de possíveis biomarcadores usados para o diagnóstico, como aspectos genéticos ou através de exames de imagem, mas são necessários mais estudos, por isso, os diagnósticos atuais baseiam-se em análises psicológicas e clínicas”.
“A pré disposição genética é sempre um fator a ser levado em consideração pelas probabilidades, assim como o uso da neuroimagem relacionado a probabilidade que, acompanhados de análises psicológicas podem chegar a um diagnóstico”, reforça.
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