Acelerar vídeos e áudios na internet pode causar ansiedade? Neurocientista explica

Cada vez mais, diversas plataformas, na internet, têm adicionado, ao seu rol de ferramentas — e YouTube, WhatsApp e streamings, como Netflix, já aderiram à função — recursos que permitem acelerar em
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06/05/2023

Cada vez mais, diversas plataformas, na internet, têm adicionado, ao seu rol de ferramentas — e YouTube, WhatsApp e streamings, como Netflix, já aderiram à função — recursos que permitem acelerar em até 2x vídeos e áudios. Essa é uma funcionalidade que pode parecer mais uma praticidade, mas também pode contribuir para o aumento da ansiedade.

Os impactos para o seu cérebro de acelerar mídias

Por serem funções relativamente novas, ainda não há estudos sobre o impacto da aceleração de vídeos e áudios no cérebro, mas esses recursos fazem parte de um grande processo de estímulo à ansiedade na internet.

Limitações de caracteres, o sucesso de vídeos curtos nas redes sociais, músicas em versões aceleradas viralizando, todos esses processos colaboram para um aumento da ansiedade, devido ao estímulo à necessidade de acelerar tudo para encontrar respostas ou atingir objetivos o mais rapidamente possível — o que, muitas vezes, também é transferido para a vida real, como explica o pós-PhD Dr. Fabiano de Abreu Agrela.

“Quando você usa as ferramentas de aceleração de áudio e vídeo, de forma constante e indiscriminada, você está ‘treinando’ o seu cérebro para assimilar informações de forma acelerada, a viver de forma acelerada”.

“O que está por trás da necessidade de acelerar o episódio de uma série, se não a ansiedade incontrolável de saber o que acontece na cena seguinte? Mas isso esbarra em uma limitação: não é possível acelerar a vida real, o que faz com que o cérebro, moldado pela velocidade da internet, encontre barreiras para funcionar nesse mesmo ritmo no mundo real”, explica.