Chocolate prejudica ou estimula a inteligência? Entenda a polêmica
O chocolate é um dos doces mais consumidos em todo o mundo. De acordo com a Abicab - Associação Brasileira da Indústria de Chocolates - no Brasil o consumo do produto chegou, em 2021, a 3,6kg per capita.
No entanto, o queridinho de diversas receitas pode não ser tão mocinho quanto se imagina. De acordo com relatórios realizados pela Consumer Reports em parceria com a You Sow, foram encontrados cádmio e chumbo em 28 chocolates negros e em 22 variedades de chocolate ao leite, o que foi rebatido pelas produtoras afirmando que as quantidades estão dentro dos limites permitidos por lei.
O cádmio é um metal tóxico muito usado em baterias e plásticos, já o chumbo não é absorvido pelo organismo, o que pode gerar contaminações.
De acordo com um estudo publicado na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS) e conduzido por pesquisadores da Universidade Estadual da Flórida, a exposição ao chumbo durante a infância reduziu o QI de 50% da população norte-americana.
No entanto, segundo outro estudo publicado pelo jornal Appetite, consumir chocolates está relacionado a uma melhora na função cognitiva cerebral, além de afetar positivamente a memória visual e espacial, raciocínio abstrato e memória de trabalho.
Então… Chocolate é vilão ou mocinho para a inteligência?
De acordo com o Pós PhD em neurociências e membro da Society for Neuroscience, Dr. Fabiano de Abreu Agrela, o grande segredo está na moderação no consumo do chocolate.
“Se o chocolate está comprovadamente relacionado a um aumento da inteligência, enquanto o chumbo, que é encontrado no chocolate, está associado a um prejuízo cognitivo, chegamos em um impasse?”.
“Na verdade, estima-se que a quantidade de chumbo tolerada por um ser humano adulto por dia seja de 750 µg Pb/dia, ou seja, há níveis seguros que podem ‘neutralizar’ os efeitos negativos, restando apenas os positivos”.
“Por isso, com base nos estudos atuais, o recomendado é que seja ingerido apenas um quadradinho de chocolate dia sim, dia não, para obter os benefícios do produto, sem que ele possua uma quantidade suficiente para gerar danos”, explica Dr. Fabiano de Abreu.
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