O aprendizado de uma nova língua não é uma tarefa fácil, por isso, é geralmente dividida em uma série de etapas como compreensão verbal, pronúncia, escuta, escrita, entre outras, que costumam seguir etapas parcialmente estabelecidas, mas que podem funcionar de forma bem diferente com pessoas de alto QI.

Pessoas com altas habilidades, durante o processo de aprendizado de um novo idioma, podem desenvolver primeiro a capacidade de falar em outra língua, aperfeiçoando a compreensão do idioma ouvido apenas posteriormente.

O lobo temporal superior posterior do nosso cérebro possui uma região bastante específica conhecida como área de Wernicke, que também compreende o córtex auditivo no sulco lateral, sendo envolvida, especialmente, em processos de compreensão da linguagem, seja ela escrita ou falada, o que o torna muito importante durante o processo de aprendizagem dos códigos linguísticos expressos de um novo idioma. Já a detecção textual normalmente envolve o nervo óptico e outros feixes nervosos responsáveis por transmitir informações dos olhos aos córtex visual da região posterior do cérebro.

Cada etapa do aprendizado de uma nova língua é regida por uma região específica do cérebro, seja a interpretação de textos, através de regiões como o lobo parietal, a própria área de Wernicke, córtex insular, gânglio basal e cerebelo, ou a pronúncia das palavras, feito por meio do lobo frontal, temporal e parietal.

A área de Broca, situada no hemisfério cerebral esquerdo, também desempenha um papel fundamental na articulação e produção da fala. Localizada no giro frontal inferior ela está envolvida na decodificação fonológica e coordena a resposta motora necessária para executar a articulação da fala. Essa coordenação ocorre após a recepção e processamento do estímulo pela área de Wernicke, a interação entre essas áreas é essencial para a habilidade de comunicação verbal fluente.

A atividade cerebral relacionada à linguagem é predominantemente encontrada no lado esquerdo do cérebro em muitas pessoas, entretanto, algumas possuem uma mistura mais homogênea de ambos os lados e em casos raros têm dominância clara para a linguagem.

Essa separação de atividades para cada região do cérebro permite oscilações em relação à forma como o idioma é aprendido, principalmente quando o cérebro possui um desenvolvimento maior em determinada região, como no caso de pessoas de alto QI nas quais o lobo frontal é mais desenvolvido, o que permite maior facilidade em trabalhar a partir de processos de memorização relacionados à fala mais do que à compreensão.