Estudo indica nova abordagem que “concilia” pensamentos biológicos e psicodinâmicos

A abordagem biológica e psicodinâmica já foram o centro de embates na psicologia e psiquiatria, mas com o tempo, e crescimento da neuropsicanálise, elas foram unidas da melhor forma possível, afirma o Pós PhD em neurociências, Dr. Fabiano de Abreu Agrela
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15/01/2024

Os diferentes campos e abordagem que a ciência pode trazer sobre aspectos específicos podem gerar alguns embates ao longo do tempo, como o largo histórico de tensões entre o viés biológico e psicodinâmico quando se trata de psicologia e psiquiatria.

Contudo, com o avanço da ciência e tecnologia, desenvolveu-se a chamada neuropsicanálise que une o melhor da neurociência, como mapeamentos cerebrais que ajudam a compreender determinados aspectos, e da psicodinâmica, como para entender representações psíquicas.

De acordo com o Pós PhD em neurociências, membro da Royal Society of Biology no Reino Unido e autor do estudo “Neuropsicanálise”, publicado na revista científica "Cuadernos de Educación y Desarollo”, Dr. Fabiano de Abreu Agrela, a psicanálise precisa utilizar-se da neurociência para ter mais embasamento.

Desde o seu surgimento, a psicanálise enfrentou algumas resistências por não atender exatamente a alguns requisitos das ciências naturais, mas com o uso de abordagens que lidem com a dicotomia corpo-mente ela pode apresentar uma base científica mais profunda”.

São  surpreendentes  as conquistas que foram alcançadas nos últimos anos e o prestígio científico que foi  alcançado  em  uma  área  outrora  marginalizada. A psicanálise tem o seu limite, não substitui a psicologia, na realidade considero uma especialidade prática da psicologia. Comprovar a eficácia da terapia outrora criada por Freud, como precursor, através da neurociência, crediniliza a psicanálise. Mas é necessário compreender os limites deste formato terapêutico”, destaca Dr. Fabiano no estudo.

Afinal, como funciona a neuropsicanálise?

A neuropsicanálise é uma abordagem que une conceitos das neurociências com a psicanálise e busca uma “conciliação” entre teorias biológicas e psicodinâmicas, entre a teoria e a prática.

Através dessa abordagem é possível traçar paralelos entre aspectos mais físicos, como lesões cerebrais, com características mais psicológicas, como os efeitos e procedimentos decorrentes.

Nos objetivos da neuropsicanálise, está a investigação das relações entre o cérebro e as funções psicológicas normais e patológicas, como a influência de lesões cerebrais na modificação do funcionamento mental de sujeitos saudáveis. [...] O método em questão é capaz de investigar de que forma  as  funções  são  perdidas,  o  que  se  deteriorou  primeiro,  o  que  foi preservado  e  de  que  maneira  essa  dinâmica  influencia  as  demais funções  da personalidade”, afirma o estudo.